Cap. 174
Rotten Root tem uma noite tranquila. Pela manhã, no Elle, Dr. William examina o ferimento de Joachim:
— Não está formando pus, mas não está cicatrizando.
Hanna: — O que o senhor sugere?
William: — Receio que, se continuar assim, o melhor será cauterizar. Será doloroso, mas vai parar a perda de sangue e evitar que contamine.
Joachim: — Cauterizar?
William: — Sim. Pegarei uma ferramenta de metal, aquecerei até ficar em brasa e colocarei sobre o ferimento.
Para surpresa do médico, Joachim ri: — Há! Conheço o processo, só não sabia que tinha esse nome e servia para curar também.
O médico fica curioso: — Para que mais usariam a caut... – o médico interrompe a divagação ao reparar nas diversas cicatrizes pelo corpo do homem ferido.
— Desculpem pela minha desatenção e ignorância. – murmura um cabisbaixo e genuinamente envergonhado Dr. William.
Joachim: — Tudo bem, doutor. Pode queimar. A Hanna nem vai perceber uma marca a mais, não é?
Hanna devolve um sorriso triste ao esposo em sinal de apoio e solidariedade.
— Se for o melhor para ele, vamos fazer isso logo. – determina a mulher.
William concorda com a cabeça e se levanta resoluto: — Faremos isso, então. Vou à delegacia pegar as ferramentas necessárias.
Lucretia aparece na porta do quarto: — Já por aqui, doutor?
William: — Vim logo cedo ver como está meu paciente.
— Ele passou a noite aqui! – entrega uma voz feminina vinda de um dos quartos próximos.
William se defende: — Passei a noite aqui para poder ver meu paciente assim que acordasse. Isso se chama comprometimento.
Joachim: — Podia ter vindo antes. Faz tempo que acordei.
Doutor: — Permita-me corrigir: assim que eu acordasse.
O médico aproveita a presença de Lucretia e pergunta: — Você teria uma bacia grande... e limpa... para eu utilizar durante o procedimento que faremos.
Lucretia: — Que procedimento?
Joachim, irônico: — Ele irá me marcar com ferro quente.
Lucretia arregala os olhos e o homem continua: — Tudo bem, acho que é costume de vocês brancos fazerem isso depois de alguns dias com um negro.